A do dia | |||
Haja Geni para tanta bosta! | |||
São Paulo, 23 de novembro de 2017 | |||
Por Antônio Reche (*) Quem me acompanha, seja pela tevê, facebook, twitter, meu site ou youtube, conhece já o que eu pensava e penso, a realidade mostrou, desta vez, como eu estava certo. Quando começaram com aquela conversa das empresas campeãs nacionais, desconfiei, como diria a minha vovó Belinha, que tinha lingüiça embaixo daquele angu. Dito e feito. Vejam o estrago promovido pela “campeã” das proteínas animais, o famigerado JBS Friboi. O setor foi a “Geni” do ano, como escreveu o poeta. Todo mundo jogou bosta na Geni, ou na pecuária. O setor começou 2017 com uma operação desorganizada chamada “Carne Fraca”, desencadeada pela Polícia Federal. Claro, existem problemas que essa operação mostrou. O setor modernizou-se mas ainda está muito longe da perfeição. Não uso os óculos cor de rosa da Barbie e nem estou aqui escrevendo para defender o indefensável. Depois os Batistas e sua delação escandalosa, alguns definem como uma jogada política, o presidente recebe um desses empresários sorrateiramente, ele grava a conversa indecorosa... Precisa mais de uma Geni para jogar tanta bosta nela. E aí o que todo mundo sabia. O tal mensalinho. Fiscais federais pagos pelos frigoríficos. Isso é mais antigo que andar para a frente, sempre foi uma prática usada no país tropical abençoado por Deus e adorado pelo Diabo. O fato é que a campeã dos Batistas desorganizou o promissor negócio da pecuária de corte brasileira. E continua provocando efeitos colaterais. O setor vai superar a crise, espero, mas a “campeã”causou um enorme prejuízo. Agora não se esqueçam dos promotores dessa merda toda. Eles continuam por aí e a “media” continua a dar espaço para quem deveria estar atrás das grades, vendo “o sol nascer quadrado”. Há muito a se fazer para melhorar o desempenho da pecuária de corte brasileira, mas não com trambiques, bancando campanhas de políticos corruptos, ou outros tipos de ilícitos. O que deixa-me otimista é que tem tanta gente boa, honesta, profissional, que olha para a frente nesse negócio, que não serão uns seis ou sete larápios desqualificados que destruirão um segmento tão importante da economia brasileira. Acredito nisso. (*) Antônio Reche é jornalista, analista de mercado de commodities e apresenta o programa Mercado Futuro desde a B3. |
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