A do dia
Que futuro?
São Paulo, 19 de fevereiro de 2017    
Por Antônio Reche (*)

Faz tempo que não escrevo e não é por falta de assunto. Acho o Brasil um país tão infeliz, desanimo. Um gigante atolado. Não saímos do lugar, afundamos. Há boas notícias, sem dúvida. Quantos empresários que se imaginavam intocáveis estão amargando há tempos uma cadeia, políticos também. Será que avançaremos ou acabará em pizza? Aliás, as pizzas andam caras em São Paulo. Acabar com essa bandalheira nos negócios no país será um avanço. Acabar não acabarão, mas se conseguirem punir quando forem pegos já será uma grande vitória da famosa operação Lava-Jato. Roubar em todos os cantos do mundo roubam. No Japão quando o sujeito (falo de políticos) rouba e é flagrado, não tem escolha, acaba fazendo o harakiri, ou seja, passa a faca na barriga. Nos Estados Unidos da América do Norte, antes desse louco (sei lá se é louco), não tinha conversa, pego em delito o cidadão vestia a roupa laranja e amargava uma cela como qualquer outro contraventor. Não importava se tinha ou não dinheiro. Isso é assim não somente nesses dois países, claro. Continuo crendo que a impunidade é um dos mais graves problemas brasileiros. O crime não pode compensar. E é assustador o que ocorre nos presídios. Essa guerra de facções criminosas que, pelo que leio, dominam o narcotráfico (não apenas o nacional). A violência nos vídeos dessas matanças que circulam pelas famosas redes sociais é uma coisa medonha. Esconder-se embaixo da cama não resolve, mas que dá vontade, isso dá. Sair de casa é uma aventura extremamente perigosa. Que país de merda que vivemos! Pagamos impostos altos, os serviços que o Estado presta são uma porcaria: saúde uma calamidade, educação um lixo, segurança uma piada... Só nos resta o otimismo ou nos suicidarmos todos. No próximo ano teremos eleições presidenciais. Pesquisas apontam em primeiro lugar o metalúrgico que colaborou de forma efetiva para o país estar onde está; e, em segundo, o deputado Jair Bolsonaro. Recuso-me a fazer qualquer comentário. Que país infeliz! Bem dizia o economista Roberto Campos: “No Brasil a ignorância tem um passado glorioso e um futuro promissor”.

(*) Antônio Reche é jornalista e apresenta o talk-show Mercado Futuro nos estúdios da BM&FBOVESPA desde 2002 no SBA.
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