A do dia
A hora e a vez do milho
São Paulo, 1 de maio de 2016    
Há tempos que escrevo, falo, insisto que o milho, se não é o principal, está entre os cereais mais importantes do agro brasileiro. E durante décadas foi tratado com descaso tanto por parte de autoridades, grandes fabricantes de alimentos e, até mesmo, pelos produtores. Somente a partir do ano passado é que foi reconhecido e respeitado como um cultivo tão importante quanto qualquer outro. O que aconteceu?
Existem três grandes produtores mundiais: Estados Unidos da América do Norte, aproximadamente 390 milhões de toneladas; China, 160 milhões; e, Brasil, com menos de 100 milhões. Em seguida, vem a Argentina, na quarta posição. O grande fornecedor no mercado internacional durante décadas foram os Estados Unidos. Chineses produzem, consomem e ainda importam. Restou ao Brasil o papel de importante player neste mercado. Muito bom!
Paralelamente, a avicultura, a suinocultura e a bovinocultura, especialmente as mais de 4 milhões de cabeças confinadas anualmente, precisam muito de milho. Nos últimos meses de 2015 e no primeiro trimestre deste o mundo estava comprador do cereal. E internamente os participantes desse mercado também se mostram ávidos pelo produto.
Resumo: o país embarcou um volume recorde, as cotações internas quase bateram os R$ 50 por saca em Campinas, em SP, e os grandes produtores de alimentos saíram às compras nos países aqui da América do Sul. Afinal de contas, eles não podem deixar os bicos sem milho, têm contratos a cumprir, enfim... O mesmo vale para os suínos e bovinos.
E, se aprenderem a lição, tratarão o cereal com o respeito que ele merece devido ao tamanho dos negócios brasileiros que dependem exclusivamente dele.
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