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São Paulo, 26 de março de 2018 | |||
Por Antônio Reche 26 de março de 2018, segunda-feira, 7h40 da manhã. Venho da rua Boa Vista em direção ao prédio da B3, Brasil, Bolsa, Balcão, onde trabalho. Basta virar na esquina para a rua João Brícola, onde há uma entrada para o prédio da bolsa, nesse horário e é necessário tapar o nariz por alguns segundos, parar de respirar mesmo. O que se vê é desolador. O fedor azedo de urina e coisas piores é insuportável, provoca engulhos. O calçadão é um mar de lixo: papéis, sacos plásticos, papelões, embalagens com restos de comida, além, é claro, dos famosos “sem teto”. E hoje uma novidade: um dos “moradores” sob uma marquise de um dos lindos prédios abandonados arrumou dois belos vira-latas. E para minha surpresa (continuo ingênuo para certas coisas), os simpáticos bichinhos aprendem o comportamento dos seus donos rapidamente. Hoje vi ambos fazerem aquela necessidade fisiológica, a número dois, no meio do calçadão sem a menor cerimônia. Você pode estar se perguntando por que escrevo isso? Por um motivo relativamente simples. São Paulo é única cidade no mundo que nós, nasci aqui ao lado no Brás, devemos evitar o centro histórico da cidade. Turistas então, devem passar ao largo do local. Sujeira, mau cheiro, camelôs vendendo coisas falsas ou fruto de roubo de mercadorias, além de todo tipo de marginais, que praticam desde trombadas até sequestros relâmpagos, abundam nestas ruas tão lindas. E essa cena deplorável provoca em mim uma enorme tristeza, desalento, perplexidade e chateação enormes. Sou paulistano, já morei em outros países e nunca vi nada parecido com o que fazem com o centro histórico belo da minha cidade. Será que sou o único que fico incomodado como esse horror? Parece que sim. |
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