O que eu gosto
Nada como um após o outro
São Paulo, 9 de julho de 2009    
Gostei imenso, como dizem os portugueses, de ler “Guia do Barista, da origem do café ao espresso perfeito”, de Edgard Bressani, segunda edição revisada e ampliada, publicado pela Café Editora. Sou um leitor contumaz, leio quase tudo que passa pelas minhas mãos e olhos, evidentemente. Barista é uma profissão relativamente nova no Brasil, trata-se, ou deveria, de um profissional especializado em extrair um café espresso, aquele de máquina. E também drinks à base de café. Mas não apenas isso, como o próprio autor explica nas páginas iniciais do livro. Atualmente, temos boas e agradáveis cafeterias, pelo menos aqui em São Paulo. Nelas trabalham experientes e renomados baristas brasileiros. Sei que existem cafeterias de excelência em Curitiba, PR, e também em Porto Alegre, RS. Claro, deve haver outras que desconheço e baristas excepcionais em outros pontos do país. Para um leitor comum, como eu, e apreciador de uma boa xícara de café, o livro traz informações preciosas. Há também dados técnicos para quem é ou deseja ser um barista. E receitas muito interessantes. Sem falar do glossário, que apreciei bastante. Não vou fazer a lista de todos os capítulos, li-os e de cada um tirei ensinamentos sobre como saborear essa bebida fantástica. O texto é de leitura fácil, leve, gostosa. O autor, Edgard, é inteligente, simpático e um dos mais renomados experts no assunto. Foi o primeiro juiz brasileiro a conquistar o certificado da World Barista Championship, WBC, e preside a Associação Brasileira de Café e Barista, ACBB. E é um bom entrevistado, já conversei com ele no programa que apresento diariamente na tevê, Mercado Futuro. Ele esteve muito bem acompanhado nessa empreitada, das pessoas citadas nos agradecimentos, as que conheço são ótimas, como a inestimável Marília Moreira, amiga de todos os momentos e autora do livro “Retrospectiva, 50 anos de café e Brasil, produção, comércio, indústria, consumo – 1950-2000”. A concepção gráfica do livro também agradou-me. Parabéns ao Caio e a Mariana que nos brindam também com a elegante revista Espresso. Escrever sobre café provoca vontade de apreciar outro café, como escrevi no título, nada como um após o outro. Penso em convidar o Edgard para um café aqui em casa, mas após a leitura do “Guia” fiquei um pouco receoso. Máquina de espresso eu tenho, de qualidade, uso xícaras de porcelana que são verdadeiras obras de arte, água só da boa, café também, mas após a leitura do livro sei que isso não é tudo para garantir um “espresso perfeito”.
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