Mercado
Ela já está aí
São Paulo, 11 de abril de 2015    
Já há economistas que trabalham com uma taxa de inflação de 9% em 2014. Lembram-se da meta? Eu conto: 4,5 a 6,5%. Nas minhas conversas tenho ouvido que a curva da inflação, lá na frente, aponta para baixo, isto é, a tendência é de baixa. O negócio é saber quem vai conseguir chegar lá. Inflação é uma praga, piora a vida de quase todo mundo, só se salvam os muito ricos. Bom, para esses felizardos pouca coisa incomoda. Nas cidades a vida fica mais difícil e cara para todo mundo. Como a economia já mostra uma recessão forte, além da vida cara, muitos perdem seus empregos, o pior dos mundos. Comida cara, transporte idem, energia também e o sujeito fica sem trabalho. E basta abrir os jornais para verificar as notícias das demissões que já ocorrem em ritmo acelerado. Nos centros urbanos o cenário é esse. E no campo? Começo pelo básico, para cultivar a próxima safra os produtores vão gastar mais. Os R$ 150 ou R$ 170 bilhões do crédito oficial terão taxas mais altas, especula-se em algo entre 9 e 10%/ano. É uma alta significativa. Caos já é uma palavra no plural, como diz um amigo. Para piorar, no último mês, a exceção é a arroba do boi, as principais commodities desvalorizaram-se tanto no mercado interno quanto no exterior. Bem, o real desvalorizou-se frente ao dólar, portanto, quem exporta, vende em dólares, passou a receber mais reais pelos seus produtos. E assim “la nave va”. Então tanto o industrial quanto o produtor e o exportador terão que trabalhar, dia e noite, com a cabeça ligada nos custos. Qualquer deslize pode significar prejuízos ou coisa pior. E aí, o que virá pela frente? Não o conheço, mas afirmam que o ministro Joaquim Levy, da Fazenda, é muito sério, excelente profissional e que o ajuste proposto é o que deve ser feito. Então, acho que a melhor coisa é acreditar que o caminho escolhido agora é bom e vai produzir resultados se não em 2014, talvez no próximo ano. Não há escolha possível, teremos que agüentar essa balbúrdia que a anterior política econômica provocou e seguir firme. Claro, e torcer para que não haja nenhuma grande crise internacional, daquelas que contaminam as economias de todos os países. Outro dia, passava lá perto, entrei na igreja de São Judas Tadeu, fiquei olhando para a imagem e conversando mentalmente com ele. Talvez vocês imaginem os assuntos que discutimos, talvez não. De qualquer modo, não posso revelar os temas. Foi uma conversa privada entre eu e ele. Sai um pouco mais confiante depois desse bate-papo. Vamos ver!
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