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Chuvas estancam baixas do arábica (*) | |||
São Paulo, 24 de junho de 2012 | |||
Rodrigo Corrêa da Costa (**) A União Européia diz estar considerando medidas concretas na direção de uma de arquitetura com integração financeira, supervisão, resolução e recapitalização bancária e também seguros aos depósitos. Ah tá, tudo resolvido então. Na Grécia o resultado das eleições foi dentro do esperado, com uma esperança de que maioria àqueles que apoiam medidas ajudarão país a receber mais apoio (dinheiro) externo. Pelo que leio e ouço apenas tardará a saída do país da moeda comum. O banco central americano manteve a taxa básica de juros inalterada, e ampliará os valores e o tempo na operação que visa baratear (ainda mais) o custo de dinheiro de longo prazo (conhecida por aqui como operação-twist). Índices de produção industrial de dois monstros, China e Alemanha, cederam em sua última leitura comparando-se ao mês anterior, sinais que não animam obviamente. Bolsas fecharam mistas ao redor do mundo, com leve queda nos Estados Unidos e altas módicas na Europa. Já os índices de commodities tomaram mais uma pancada, com destaque (entre os componentes do CRB) para a queda de 10.22% do algodão, 7.01% da prata e 4.2% do petróleo (WTI). O café arábica finalmente subiu durante os últimos cinco dias, com ganhos de US$ 6.75 por saca na ICE e US$ 10.25 na BM&F. O robusta na LIFFE cedeu US$ 4.74 a saca. O caminho da alta foi volátil com movimentações fortes em Nova Iorque que na terça, quarta e quinta fechou com alta de US$ 7.40 centavos, depois baixa de US$ 6.40 centavos e alta novamente de US$ 6.40 centavos - respectivamente. Ou seja, bem tranquilo. O motivo da alta parece estar relacionado com as chuvas no Brasil, que devem estragar a qualidade de uma parcela da safra que está sendo colhida. No mercado físico o destaque foi a compra do equivalente ao um mês (de baixo volume) das exportações brasileiras por parte de um grande torrador, a diferenciais mais baratos do que os altistas gostariam. Nas origens os diferenciais ficaram praticamente inalterados. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgou o seu relatório de S&D mundial para o café. Segundo o órgão no ano-safra 2012/2013 o mundo produzirá quase 10 milhões de sacas a mais do que 11/12, ou um total de 147,92 milhões de sacas, dos quais 88.08 serão arábica e 59.82 robusta. O consumo, segundo a previsão, subirá de 138,91 para 141.71 milhões de sacas, e portanto os estoques mundiais siarão de 24,10 para 27,20 milhões. Nunca se produziu e consumiu tanto, verdade, mas vale lembrar que os estoques ao final do ciclo cobrirão apenas 10 semanas de consumo, e a produção voltará a cair dada a bianualidade – um dos principais motivos que me deixa altista para o final do ano de 2012. Com o humor do macro melhor talvez vejamos o café subir mais um pouco nesta semana, entretanto se eu tivesse que fazer alguma aposta neste momento (curto-prazo) eu olharia para a estrutura acreditando em um estreitamento e na arbitragem do arábica com o robusta que creio deve ter visto as máximas. (*) Relatório republicado com autorização da Archer Consulting. (**)Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting. |
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