Mercado
Seu olhar é só seu
São Paulo, 15 de novembro de 2007    
Cada um percebe os mercados como quiser, ou seria melhor escrever como puder? Não dou tanta importância às cotações de café seja aqui ou em NY. Penso que um trabalhador recebe R$ 380, com o dólar a R$ 1,70, ganhará em maio de 2008 para trabalhar nas lavouras de café algo como US$ 200/mês. Sem falar no aumento certo do salário mínimo. Os custos para produzir café é que parecem-me quase proibitivos. É esse o ponto que creio que mereça ser analisado, estudado ou seja lá o que for. O país já está perdendo, isso vai agravar-se, a sua outrora enorme competitividade. Compreendo e aceito que no sistema de moeda flutuante, ela flutua, para cima e para baixo. A questão, fundamental para o meu entendimento, é como manter a competitividade. O país tem concorrentes fortes. Com todas as suas dificuldades, o Vietnã é o segundo maior produtor de café do mundo, derrubou, sem pedir licença, a Colômbia. Tudo bem, se produzem Arábica, é muito pouco, mas ninguém consegue segurá-los na produção de Robusta. Nos mercados atuais vale como uma luva a frase “se cochilar o cachimbo cai”. O Brasil ainda é uma potência forte nesse mercado, mas não é possível ficar esperando o que vai acontecer. Esse é o único produto que tem um Conselho Deliberativo da Política Cafeeira, CDPC. Pergunto: por que não se cria uma política consistente para o setor? E mais: por que não se delibera algo útil? Ficam lá tentando arrumar dinheiro para cobrir rombos de cooperativas falidas comandadas por políticos desonestos. Até quando, Catilina, vais abusar da nossa paciência? Os bons e eficientes empresários da cafeicultura precisam dar um basta na bandalheira ou parar de incomodar-me com queixas e reclamações.
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