Mercado | |||
Quem aduba, não duvide, colhe(*) | |||
São Paulo, 23 de outubro de 2007 | |||
Refletir é preciso. Quantas empresas fabricantes de fertilizantes existem no Brasil? Lembro-me da Bunge, Yara, Mosaic – leia-se Cargill -, e, finalmente, a Fertipar. Falo das que possuem uma fatia respeitável desse mercado de quase 30 milhões de toneladas anuais, é claro. Sem o mais ínfimo desejo de ofender quem quer que seja, parece-me um setor fortemente concentrado. Lembrando das principais regras econômicas, isso não é bom. Essas, são as empresas que entregam o fertilizante para o produtor, seja do que for, soja, milho, algodão, café... Apertando o botão do rewind, a Bunge comprou a Takenata, a Quimbrasil/Serrana, a IAP e a Manah (esta última garantia, e acho que tinha razão, que adubando, dá). A Yara adquiriu a Fertibras, a Cargill, atualmente Mosaic, abocanhou a Fertisa e a Solorrico, e a Fertipar comprou todas as pequenas que encontrou pela frente. Relembrei também das empresas que fornecem a matéria-prima para quem fabrica o tal do adubo. Para minha surpresa, a concentração é ainda maior. Vejam, a gloriosa estatal Petrobrás é a maior fornecedora do N, o nitrogênio,componente da receita NPK. Já a Companhia Vale do Rio Doce, CVRD, é forte vendedora do K, o potássio. A Fosfértil ataca de fornecedora de N e P (fósforo). Finalmente, a Copebrás, também é produtora de P. Nada demais? Quem são os sócios desta última empresa? Caso eu não esteja enganado, a Bunge, a Yara, a Cargill e a Fertipar. Sem nenhum comentário tendencioso, como fica a situação do produtor brasileiro? Tem que comprar o adubo e pagar, óbvio. Depois, vende a sua soja, apenas um exemplo, e desforra. Quem são os maiores compradores da oleaginosa? A Bunge, a Cargill etc... Esse quadro que pintei é desconfortável? É, muito. Não aponto culpados, façam como eu, reflitam, reflitam, reflitam... (*)Esse artigo foi originalmente escrito para a Agência Estado, Agrocast |
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