O que eu gosto
Buenos Aires é incomparável
São Paulo, 7 de outubro de 2010    
Gosto muito de Buenos Aires, mesmo tendo que conviver com os malcriados portenhos. A cidade é bonita, a arquitetura encanta-me, a comida (obviedade) é espetacular, não falo apenas dos bifes maravilhosos. Conheci um restaurante italiano encantador, o Piegari, na Recova. Massa ao ponto, couvert saboroso, vinho adequado, tudo muito bom. Os vinhos são ótimos, enfim, é uma cidade para visitar sempre que possível, apesar dos portenhos, uns chatos. Motoristas de táxis são bem humorados, pelo menos isso. Desta vez, incentivado pela elétrica Bilu, fomos para Tigre, 55 minutos da capital viajando de trem. Um trem daqueles, com direito a uma pessoa totalmente queimada pedindo grana para operar-se, um horror (o Caco Antibes incubado no meu ser fez com que eu fechasse os olhos para não vislumbrar esse espetáculo tétrico), outro vendendo meias falsas, aquela coisa que já conhecemos, coisa de país pobre e de ignorantes. A viagem foi ótima, o rio Tigre é lindo. Depois, voltando, paramos em San Isidro, onde há um hipódromo. Estava fechado, era segunda-feira, mas o que vi pelas bordas, valerá uma outra visita. Bilu também levou-me a Córdoba, cidade interessante, não é muito bonita, mas as obras de Santo Inácio de Loyola valem a visita. O conjunto de prédios, atualmente a famosa Universidade de Córdoba, e o que restou da biblioteca dos padres, deixou-me perplexo. Nunca tinha visto um livro de 1860. Já imaginava que os padrecos liam de tudo, não apenas teologia, mas olhar aqueles livros com mais de 400 anos sobre ciências, alquimia etc, foi uma grande viagem mental. Córdoba, quem diria, mexeu comigo. O que irritou-me um pouco foram las putas de las palomas (as putas das pombas, ratos que voam). A cidade é cheia de pombas cagonas, odeio pombas e os filhos da puta que alimentam esses pássaros nojentos. Os franceses ainda comem essas merdas. Em Córdoba engoli mais um mico, sou muito bom nisso. Almoçamos num restaurante bem popular. A garçonete era a antipatia em pessoa. Quando veio a conta acrescentei a gorgeta. Ela avisou que havia dinheiro a mais. Respondi que era pela simpatia dela. Retrucou: “Mas eu não sou simpática”. A minha ironia foi pelo ralo e a Bilu e a Florzinha alugaram-me por isso no resto da viagem. Viaje con su suegra (não sei escrever em Espanhol, mas tento), é uma série que algum dia publicarei sobre viajar com a sua sogra. Eu viajo com a minha e nos divertimos muito. Até breve!
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